2023 bate o recorde de 2016 e se torna o ano mais mortal para os migrantes, acentua Agência da ONU

Com 8.565 registros oficiais de mortes em rotas migratórias em todo o mundo, 2023 foi o ano mais mortal para migrantes, segundo dados coletados pelo Projeto Migrantes Desaparecidos, da Organização Internacional para as Migrações (OIM) — Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Migrações. O resultado de 2023 representa uma alta de cerca de 20% ante o número de 2022 (7.141 mortes), e bate o recorde da série histórica (iniciada em 2014) que, até então, era de 2016 (8.084 mortes).  

Para a vice-diretora-geral da OIM, Ugochi Daniels, “esses terríveis números coletados pelo Projeto Migrantes Desaparecidos” se tratam de um lembrete da necessidade de comprometimento com uma ação maior que possa garantir a migração segura para todos — “para que, daqui a dez anos, as pessoas não tenham que se arriscar em busca por vidas melhores”, enfatizou ela.  

De acordo com o que acentuou a OIM Brasil no último dia 6 de março, “com vias migratórias seguras e regulares ainda limitadas, centenas de milhares de pessoas tentam migrar todos os anos através de rotas irregulares em condições inseguras”. A publicação também especificou que um pouco mais da metade das mortes foi resultado de afogamento, 9% foram causadas por acidentes de veículos, e 7% aconteceram por conta de violência.

Ainda segundo as notícias, a rota mais mortal para migrantes segue sendo a travessia pelo Mediterrâneo, que registrou pelo menos 3.129 mortes e desaparecimentos. “Este é o maior número de mortes registrado no Mediterrâneo desde 2017”, pontuou a OIM Brasil.“Regionalmente, foram registrados números sem precedentes de mortes de migrantes em toda a África (1.866) e Ásia (2.138). Na África, a maioria dessas mortes ocorreu no Deserto do Saara e na rota marítima para as Ilhas Canárias. Na Ásia, foram registradas, no ano passado, centenas de mortes de refugiados afegãos e rohingyas que fugiam de seus países de origem”, completou a reportagem.